Das dúvidas que tenho
A maior é se estou realmente vivo
Pois na inutilidade prossigo
Causando no mundo desdenho.
Costelas estaladas eu ouço
Como uma harpa de um anjo
Sonho desde sempre o meu assanho
Para as minhas barras de calça de moço.
Minha tinta é desbotada
Meu cordel é sem rima
Minha alma (se tenho uma) para o abismo se atina.
Minha mãe sempre chora magoada
Por ter dado ao mundo tal esquesitice
Que mata ela, mata eu, mata tú e deixa o resto triste.
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