sábado, 8 de janeiro de 2011

Uma Coisa

Das dúvidas que tenho
A maior é se estou realmente vivo
Pois na inutilidade prossigo
Causando no mundo desdenho.

Costelas estaladas eu ouço
Como uma harpa de um anjo
Sonho desde sempre o meu assanho
Para as minhas barras de calça de moço.

Minha tinta é desbotada
Meu cordel é sem rima
Minha alma (se tenho uma) para o abismo se atina.

Minha mãe sempre chora magoada
Por ter dado ao mundo tal esquesitice
Que mata ela, mata eu, mata tú e deixa o resto triste.